Profissionais acima de 30 anos retornam aos estudos: tendência crescente no Brasil
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Bussiness people working in team in an office
O retorno aos estudos por profissionais com mais de 30 anos tem se tornado uma tendência significativa no Brasil, impulsionada por diversos fatores, incluindo a busca por aprimoramento profissional e realização pessoal.
Crescimento em Goiás
Em Goiás, por exemplo, o número de universitários acima de 30 anos aumentou 39% nos últimos anos. A proporção de novos estudantes nessa faixa etária passou de 22,5% em 2013 para 33,4% em 2022, indicando uma crescente valorização da educação continuada entre adultos. (Fonte: O Popular)
Valorização da aprendizagem na vida adulta
Uma pesquisa realizada pela Pearson revelou que 81% dos adultos brasileiros são “aprendizes ativos”, ou seja, estão atualmente matriculados em algum curso ou programa educacional, ou planejam se matricular nos próximos três anos. Esse percentual é superior ao de países como África do Sul, Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, evidenciando a valorização da aprendizagem contínua entre os brasileiros. (Fonte: Pearson)
Desafios enfrentados
No entanto, o retorno aos estudos na idade adulta não é isento de desafios. Estudos apontam que adultos que retomam a educação, especialmente após os 40 anos, enfrentam dificuldades como conciliar trabalho e estudo, além de questões cognitivas relacionadas à aprendizagem e adaptação aos novos conceitos
apresentados. (Fonte: UFSM)
Impacto na educação básica
Dados do Censo Escolar indicam que, há cinco anos, 2,6 milhões de alunos da educação básica tinham 25 anos ou mais, representando 5,5% das matrículas do ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos. Isso demonstra um aumento na participação de adultos na educação básica, refletindo a busca por qualificação e melhores oportunidades no mercado de trabalho. (Fonte: Inep)

Conclusão
O aumento no número de profissionais acima de 30 anos que retornam aos estudos reflete uma mudança cultural significativa no Brasil. Durante muito tempo, acreditava-se que a fase de formação educacional estava limitada à juventude. Hoje, essa visão está sendo reformulada, à medida que cada vez mais adultos buscam na educação uma forma de se reinventar, progredir na carreira ou, até mesmo, realizar sonhos antigos deixados em segundo plano.
Essa tendência é impulsionada por diversos fatores, como as transformações no mercado de trabalho, o avanço das tecnologias e a necessidade constante de atualização. A educação continuada tornou-se uma ferramenta estratégica tanto para a empregabilidade quanto para o crescimento pessoal. O adulto que retorna aos estudos carrega uma bagagem de experiências que enriquece o ambiente acadêmico e contribui para a construção de uma sociedade mais qualificada e resiliente.
Entretanto, é importante reconhecer os desafios enfrentados por esses estudantes. Conciliar trabalho, família e estudos exige esforço e organização. Além disso, a adaptação a metodologias modernas e o resgate do hábito de estudar podem ser obstáculos no início da jornada. Políticas públicas, incentivos institucionais e ambientes educacionais acolhedores são fundamentais para apoiar esses aprendizes em seu retorno às salas de aula.
Por fim, o movimento crescente de adultos voltando a estudar representa um passo importante rumo a uma cultura de aprendizagem ao longo da vida. Essa mudança amplia horizontes, fortalece a autoestima e promove inclusão. Valorizar e incentivar essa jornada é reconhecer que nunca é tarde para aprender, mudar de rumo ou conquistar novos objetivos, contribuindo de forma direta para o desenvolvimento sustentável e mais justo da sociedade brasileira.